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DEPOIMENTOS E SUGESTÕES DE ALGUNS SOBREVIVENTES

Larissa Mayara via Whatssap:

Desde o meu primeiro ano de ecologia, eu soube que no terceiro ano de graduação teríamos um campo para o Pantanal, e após ir para a Ilha do Cardoso com a disciplina de Fundamentos da Ecologia, esse era o campo que eu mais esperava, tanto por influência do meu pai, que sempre falou do Pantanal, desde quando eu era criança, quanto por eu mesma, por gostar de estar em campo, em contato com a natureza, e melhor ainda quando acompanhada por amigos. No caminho até o terceiro ano, escutei inúmeras histórias sobre o Pantanal... uma chalana que virou, muitos pernilongos atacando a galera, comida ruim, pousada estranha, “campo sensacional”, “nunca mais quero voltar pra lá”, “pretendo ir como monitor ano que vem”, não sabia muito o que pensar, confesso que fiquei um pouco apreensiva por um tempo, mas a ansiedade era tanta que logo esqueci as coisas ruins, tentei não esperar nada e o que viesse seria lucro, e foi o que fiz. 

O tempo passou muito rápido, quando me toquei já estávamos a uma semana da viagem e eu não tinha nada arrumado ainda, voltei para casa dos meus pais no final de semana, estava enlouquecendo todos junto comigo, tamanha era a ansiedade, fui comprar uma faca e uma lanterna com meus pais, e meu pai todo empolgado junto  comigo, ajudando a escolher, parecia que ele ia junto comigo na viagem.
 A véspera da viagem chegou, malas quase prontas, roupas no varal pra secar, tempo chuvoso sem colaborar muito, ferro de passar pra secar o que faltava de roupas, secador... No fim deu tudo certo e milagrosamente coube tudo na mala, roupas, gordices, “apetrechos para o campo”, caderneta e caneta nanquin nas mãos. Tudo pronto!

Acordamos às 4am, tomamos café e fomos para portaria da UNESP, a galera com cara de sono, muitas malas, muita gente ansiosa, muito sono, todos preparados para 17h de viagem (ou não). Fizemos algumas paradas no percurso, para tomar café da manhã, almoçar, explicações dos monitores de como fazer a caderneta, e a viagem parecia infinita! Chegamos a pousada Pioneiro, nosso destino final, às 20h aproximadamente e fomos jantar e dormir, o dia seguinte começaria às 5:30am. Todos os dias eram muito longos, muitas caminhadas, água quente, pernilongos, muitas risadas, muitas aves, muito aprendizado, muitas novidades, muito que anotar, gente nova pra conhecer, cadernetas para corrigir, nomes científicos para lembrar, comida boa esperando na pousada, dados para passar, uma caminha aconchegante te esperando e poucas horas de sono; Isso para resumir bem, tudo o que foi o Pantanal, foram dias maravilhosos, ao lado de pessoas geniais, colegas de classe que não tinha muito contato e tive a oportunidade de me aproximar, animais lindos, mais animais do que eu poderia imaginar, mais risadas, fotos, paisagem maravilhosa, chegar no busão, fechar os olhos e ver mais aves, dormir e sonhar com aves... 

Pensei que nos últimos dias estaria bem irritada por conta do cansaço, mas não, todos os dias, mesmo com um cansaço infinito, acordava animada e pronta para mais 15km, 20k de caminhada.
 Voltamos para Rio Claro depois de 7 dias, e durante os 7 dias seguintes anda sonhava com o Pantanal; mal vejo a hora de poder voltar, seja para turismo, como monitora, não importa como, logo eu volto!

 

Michele Matos via Skype:

O Pantanal é um lugar lindo e digno de receber todos os elogios possíveis. É o local ideal para quem gosta de  admirar e vivenciar as maravilhas da natureza.

Estive lá em uma viagem feita com a faculdade (UNESP), com duração de 7 dias para realizar pesquisa  de campo  em algumas cidades do Pantanal  sul mato-grossense. O objetivo principal da viagem era de fazer um censo de fauna avistada tanto em transecto motorizado, como em transecto  a pé.

Fazer trabalho de campo ,para um futuro ecólogo, é sempre uma festa, ainda mais quando se trata de ir para o Pantanal. O que eu não contava, é que eu pudesse ter alguns “probleminhas” durante a viagem.

No primeiro dia de viagem, fomos para o Parque Nacional da Serra da Bodoquena, e foi um dos dias “mais tranquilos”, no que diz respeito a quantidade de quilômetros percorridos, CONTUDO, foi o dia em que meus problemas começaram.

Os monitores deixaram uma parte do transecto a pé, como opcional, já que a trilha proposta para aquele percurso era muito íngreme e exigiria muito esforço e preparo físico. Antes de iniciar a trilha os guias avisaram que o percurso era relativamente difícil, e que havia vespas no caminho, e que, portanto, deveríamos ficar atentos aos comandos deles, para evitar possíveis acidentes.

A trilha era realmente difícil, muito íngreme , em algumas partes muito estreita e escorregadia, mas a maior dificuldade para mim, sem duvida nenhuma, foi a altitude. Sou asmática, e senti muito a mudança de pressão do ar, a altitude me deixou muito ofegante. Alguns colegas de classe se sentiram mal e não conseguiram terminar a trilha, diversos foram os problemas, como falta de ar, queda de pressão ou tontura. Demorei muito para conseguir chegar o topo, tive que parar diversas vezes, sentar, respirar, beber água e tomar remédio para asma, MAS, eu CONSEGUI CHEGAR!!!!

Foi uma sensação maravilhosa, me senti como se tivesse superado muitos obstáculos, já que para mim o caminho foi tão turbulento. Valeu muito apena o esforço que eu fiz para chegar até lá.

Na hora de descer, os guias resolveram mudar o caminho, e fazer uma trilha menos difícil. A mudança não foi muito significativa, pegamos um caminho tão íngreme quanto o da subida.  E a partir desse ponto começou a sofrência, o impacto dos meus dedos na frente do meu tênis estava me matando de dor... eu sentia como se meus dedos estivessem sendo esmagados a cada passo que eu dava. Já estava exausta, e meus pés estavam pedindo arrego. E quando vc acha que não pode piorar as coisas pioram. Em um determinado trecho da trilha, fomos atacados por vespas. E levei uma picada na mão.  Sou alérgica a picada de inseto, e mesmo tomando antialérgico, minha mão ficou parecendo um pão. Precisei  comprar outro antialérgico, porque a picada estava realmente muito feia.

Chegando na pousada, eu não sabia se o que me incomodava mais era a picada na mão, ou os pés doloridos.  (Aparentemente eu não tinha bolhas)

No dia seguinte eu sentia muita dor, e não tinha força na mão onde levei a picada, isso me atrapalhou um pouco, já que, eu precisava carregar um guia de aves e minha caderneta de campo na mão. Meus pés estavam relativamente doloridos, mas não estavam me matando.  Mas, nesse dia, minhas meias estavam me incomodando um pouco. Não dei muita atenção, e continuei fazendo o transecto a pé.

No fim do dia quando tirei o sapato, percebi que o pequeno incomodo das meias, tinha se  transformado em bolhas, eu tive uma bolha entre cada dedo, e algumas nas laterais do pé. Tive a brilhante ideia de estourar as bolhas. Como não tinha uma agulha, resolvi pedir para que um dos monitores cortasse elas com um bisturi. ME ARREPENDO TANTO DISSO!!!!

Não façam isso, no dia seguinte meus pés estavam muito doloridos, e eu mal conseguia pisar direito no chão. Todos os dias antes de calçar o tênis eu tinha que fazer curativo nos dedos, e ia para o Campo parecendo uma múmia.

Como se tudo isso não fosse suficiente, no ultimo dia de campo, as solas do meu tênis saíram.

Apesar de todo esse depoimento frustrante e melodramático de tudo que me aconteceu, foi uma viagem incrível, de muitos aprendizados e experiências no trabalho em equipe. Considero todas as minhas bolhas e a picada de vespa, como marcas de guerra. E elas só me fizeram ter mais certeza de que eu sou apaixonada pelo que eu faço.

É impossível prever que incidentes ocorram, mas é possível preveni-los.  E algumas medidas básicas podem ser um bom caminho. Abaixo deixei algumas dicas de coisas importantes que eu aconselho levar em viagens. 

Dicas do que levar

Se você assim como eu for alérgico a algum medicamento ou a picada de inseto, carregue com você uma listinha com informações uteis em caso de emergência.

Ande sempre com: esparadrapo, algodão,  curativos, antisséptico, pomada, antialérgico, medicações para dores de cabeça, protetor, repelente, ÁGUA, chapéu e DOCUMENTO.

Deixe sempre alguém que esteja viajando com você avisado se  tiver algum tipo de doença e se precisar tomar algum tipo de medicação em caso de emergência. Deixe também um telefone para contato dos seus familiares com essa pessoa.

Leve sempre água e lanche. É importante se hidratar e se alimentar durante as caminhadas.

Leve sacola e recolha seu lixo!

Use calçados próprios para trilhas, e tenha sempre um par reserva. (Mesmo calçados próprios, as vezes não duram)

 

Minhas impressões do Pantanal

O Pantanal é um local lindo e rico em biodiversidade, as belezas naturais são tantas, que os olhos não se cansam de contemplar o espetáculo da natureza.

Observar os animais em seu habitat natural, encontrar pegadas, ou até mesmo conseguir ver espécies ameaçadas de extinção, é uma experiência única.

Perceber que o Pantanal vai muito além de uma área alagada, e que nossa influência pode causar  sérios problemas para a fauna e flora do local. Durante os transectos motorizados, foram avistados vários animais mortos por atropelamento, alguns deles ameaçados de extinção. E durante os transectos a pé,  notei muito lixo na estrada, como garrafas, latas, plásticos etc.

O turismo é um ponto forte e importante do local. E seria ótimo que projetos de educação ambiental fossem desenvolvidos nesses passeios ecológicos.

 

Tamara Santos via Gmail:

Bom, foi uma semana bem cansativa, acordávamos cedo, andávamos muito e íamos dormir tarde, então dormíamos pouco, isso depois de três dias começou a pesar na questão de como nos relacionávamos com os amiguinhos (se sua amizade passou por esse campo, então ela é forte!).

Precisei voltar à rotina da vida, e apenas depois de alguns dias tive uma ideia clara do que esse campo representou para mim...

Hoje posso dizer, sem dúvidas, que foi uma das melhores semanas que tive na vida até hoje, conhecer um pouquinho de outro estado, outra cultura, outras pessoas, e principalmente estar em contato com a natureza, aprender métodos de trabalho (que podem me ajudar futuramente), conseguir observar um animal e identifica-lo (o que no 1º dia eu achei completamente impossível!).

Recomendo a viagem, seja para passeio, pesquisa, por muitos ou poucos dias, vale muito a pequena conhecer esse lugar rico em biodiversidade e pessoas receptivas!

Espero ter a oportunidade de voltar em breve, e conseguir encontrar uma onça pintada :D

 

Guilherme Franzin via Sinal de Fumaça:

Não vou fazer um depoimento grande, já que, muitas coisas que aprendemos e realizamos nessa semana de trabalhos estão registradas neste site e em depoimentos de minhas colegas de equipe. Para mim, esse campo agregou valores culturais, quase atravessamos o Brasil de Leste a Oeste, saímos do município de Rio Claro-SP e fomos até o município de Corumbá-MS, tive a oportunidade, assim como todos os outros que participaram desse campo de conhecer novas culturas que nem imaginávamos que nosso páis possuía. Além de valores culturais agregados, o conhecimento adquirido e desenvolvido será levado para toda vida, acadêmica e pessoal, sem sombras de dúvidas foi uma experiência única que cada um faz sua interpretação. Uma coisa é certa, nunca me esquecerei da paisagem deslumbrante, sensações e momentos únicos que tive nessa saída de campo. Ver de cima da ponte do Rio Miranda e bebendo cerveja "Schin" que naquele momento era a melhor bebida do mundo o sol se pondo após andar 20KMs e ainda ter pique para brincar de pega-pega com as crianças que moram ali jamais poderei esquecer.

 

 

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